Dicas para professores iniciantes




Cantinho da sucata


Tudo que poderia ser lixo serve para você professor de Educação Infantil como um recurso de grande valia. Construir brinquedos, bonecos, casinhas; usar tampas de refrigerantes, palitos, potinhos para contagem; simplesmente manusear e distinguir cores e formas de olhos abertos ou vendados; são somente alguns exemplos do que pode ser feito com este rico material.
Cantinho das Dramatizações:
Imagine um baú repleto de chapéus, óculos, chales, bijuterias, maquiagens, fantasias, perucas, máscaras... Em frente a ele imagine um espelho na altura das crianças. Pronto! Você acaba de ter dentro de sua sala de aula um ambiente fascinante onde atividades corporais e de Jogo Cantinho dos Jogos:
Os Jogos Pedagógicos confeccionados em EVA, cortiça, cartolina ou até mesmo os de madeira e borracha também devem estar ao alcance dos pequenos em um "cantinho" especial. Quebra-cabeças, Jogos de Encaixe e muitos outros... Sugerimos que caso não tenha como a escola oferecer nem tão pouco pedir ajuda aos responsáveis, que a professora vá confeccionando aos poucos, de acordo com as datas comemorativas por exemplo e colecionando-os numa caixa também separada.



Cantinho da leitura



Nesse "cantinho" devem conter livros de histórias infantis diversas adequadas à faixa etária dos alunos.Praticamente todas as salas de aula de turmas iniciais já possuem este "Cantinho" que deve ser feito com estantes da altura das crianças e almofadas coloridas ou tapete emborrachado para a Hora do ouvir e contar histórias – Se na sua escola as crianças tem que ir até outra sala para realizar esta atividade ou se os livros ficam escondidos e longe do alcance dos pequenos – Repense esta prática! É muito importante que as crianças tenham contato com os livros, e os identifiquem como algo do seu dia a dia, que está ao seu alcance, com o que pode contar. Isso facilitará todo o processo de alfabetização e será imprescindível para tornar seu aluno um futuro leitor.



Cantinho da música



Sabemos que nem sempre é possível termos dentro de sala de aula um aparelho de som à disposição, porém este cantinho deve ser mantido dentro das possibilidades. Sugerimos gravar em CDs ou Fitas Cassete diferentes estilos musicais escolhidos pelo professor e pelo menos 1 preferido de cada aluno.Temos várias sugestões de trabalho com músicas na Educação Infantil e estas são fundamentais sempre e não somente em aulas específicas de música, onde o tempo é muito limitado para a quantidades de atividades que podem ser realizadas.Nesse mesmo cantinho sugerimos que tenha uma Caixa com instrumentos musicais, que podem ser confeccionados pelas próprias crianças com a ajuda do professor.




Brinquedoteca


E a sugestão dada aqui é que os momentos de brincadeiras com os mesmos também sejam, por vezes, supervisionados pelo professor ao qual pode fazer interferências criando situações-problemas, comparando-os a atitudes de sua realidade diária, provocando novas descobertas no meio das brincadeiras.Um bom observador pode descobrir muito dos alunos através de suas brincadeiras e tirar proveito disso sempre.
A básica "chamadinha":
Na sua "chamadinha" básica além dos nomes e das fotos de seus alunos, da janelinha do tempo e dos dias da semana você pode incluir algo importante do dia: Uma notícia, uma data especial, um acontecimento na escola, ou simplesmente a conclusão do dia registrada por escrito juntamente com os alunos. Torne este momento diário sempre atraente e divertido. E lance mão destes recursos presentes em sua "chamadinha" sempre que necessitar não somente na hora da entrada.



Assaltaram a gramática


As vírgulas


Dicas para a utilização da vírgula

Equivocadamente, alguns afirmam que a vírgula deve ser aplicada de acordo com a capacidade respiratória de cada indivíduo. Se houvesse aceitação para tal conceito, o sedentarismo e a prática de exercícios físicos seriam pontos divergentes para leitura de produções textuais gráficas.

Note que a referência está em produções textuais gráficas, ou seja, em critérios sintáticos (aplicados à escrita) e não a critérios prosódicos (regidos pela fala oral), pois é aqui que habita as dificuldades na língua escrita, pois há uma acentuada tendência em transferir para textos escritos, características exclusivas da fala oral.
Observe algumas situações em que a vírgula não é utilizada:

Não separe sujeito de predicados (verbo e objetos), pois o sujeito é alguma coisa ou alguém que estamos referindo, e predicado é aquilo que estamos falando sobre o sujeito.

Veja essa frase de Fernando Pessoa:

A cara (sujeito) está um feixe de sangue e de nada. (Predicado composto de verbo e objeto indireto)

Não separe o adjunto adnominal (expressão que acompanha um nome) dos complementos que vem junto a um determinado nome em forma de substantivo (concreto ou abstrato), seguido de artigo, adjetivo, pronome, numeral ou locução adjetiva.

Observe isso nessas palavras de Ferreira Gullar:

O branco açúcar (Substantivo concreto) que adoçará meu café nessa manhã de Ipanema... (Adjunto adnominal).

Essa regra é semelhante para o complemento nominal, ou seja, para a expressão que completa o sentido apenas de substantivos abstratos, recebendo a ação praticada por ele, ao passo que o adjunto adnominal completa o sentido de nomes concretos e abstratos e, diferentemente do complemento, pratica a ação que o substantivo lhe impõe.

Observe agora, casos em que a vírgula é perfeitamente utilizada:

A vírgula é utilizada, entre outras funcionalidades, para isolar o aposto e o vocativo.

Note essa ocorrência, sucessivamente, nas frases de Machado de Assis e de Vinicius de Moraes:

Noite, melhor que o dia, quem não te ama? (Aposto).

Minha mãe, manda comprar um quilo de papel almaço na venda... (Vocativo).

Também a utilizamos em orações coordenadas assindéticas, ou seja, orações que por não possuírem conjunções, são devidamente interligadas por vírgulas, o que de nenhuma forma compromete seu sentido.

Veja essas belas palavras de Érico Veríssimo:

A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor...

O mais comum da utilização da vírgula, é em orações coordenadas.

Veja essas palavras de Charles Chaplin.

Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando...

Resumidamente, afirmamos que a vírgula é utilizada para separar conjunções, como: mas, porém, todavia, não obstante, entretanto, senão, em todo caso, logo, portanto, pois, etc.

Lembre-se que a conjunção “e” algumas vezes substitui a vírgula, como nesse exemplo:

Eu falo das casas e dos homens, dos vivos e dos mortos. (Adolfo Casais Monteiro).

Contudo, há situações que a conjunção “e” (assim como as demais conjunções) é usada antes ou depois da vírgula. Isso ocorre, principalmente, quando:

Há mudança de sujeito

Com os olhos, têm que aprender e, com a ponta dos dedos, contemplar os acordes... (Affonso Romano de Sant`anna).

Não há sentido de adição

Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles. (Carlos Drummond de Andrade).